Desenvolvida no final dos anos 1970 pelo médico reumatologista japonês Toshima Yamaguchi, a crioterapia difundiu-se nos Estados Unidos e Europa nas décadas seguintes. E seu desenvolvimento tem permitido a vários atletas de alto rendimento uma recuperação muito mais rápida do que os métodos tradicionais. Serve para fraturas, entorses, inflamações, recuperação muscular e para várias outras finalidades.
A crioterapia é um dos métodos utilizados pela Seleção Brasileira na recuperação de Neymar e do lateral Danilo. O camisa 10 teve uma contusão ligamentar lateral no tornozelo direito, além de um edema ósseo, e está fora pelo menos da primeira fase da Copa do Mundo. O craque deixou o campo após a vitória por 2 a 0 contra a Sérvia mancando e com o tornozelo direito inchado.
O método consiste na utilização de uma mini-câmara que resfria o entorno do atleta com nitrogênio em temperaturas que variam de -100ºC a -190ºC. A exposição às temperaturas negativas promove a aceleração metabólica, diminuindo o processo inflamatório, dores, tirando edemas e promovendo a recuperação muscular – e tem acelerado, inclusive, a recuperação de fraturas.
“É um tratamento que acelera o processo regenerativo e a recuperação”, destaca o fisioterapeuta Rodrigo Iglesias, da INSPORT, sócio da empresa XRIcovery, das poucas que possuem o aparelho de crioterapia à disposição no Brasil. Por meio de parceria com a Cryo Brazil, a empresa conseguiu disponibilizar uma destas câmaras – fabricadas pela CryoMed, uma empresa islandesa – para a Seleção Brasileira no hotel onde os jogadores estão concentrados no Catar. Todos os jogadores do Brasil têm usado a crioterapia após jogos e treinos para a recuperação muscular e prevenção de lesões.
O jogador Willian, do Corinthians, recentemente teve uma lesão muscular de grau 2, e ao fazer uso da crioterapia, junto de outros métodos, ficou apenas metade do tempo previsto em reabilitação.
Como a crioterapia recupera atletas
As temperaturas são extremamente baixas e só não há congelamento de pele e outros tecidos porque não há umidade no tratamento. Apenas o ar é resfriado com o nitrogênio; além disso, o tempo de exposição na crioterapia não pode passar de três minutos por sessão.
Rodrigo Iglesas, fisioterapeuta com experiência em diversas competições de várias modalidades esportivas, explica a utilização do método. Ele esteve em três Jogos Olímpicos, três Panamericanos, dez mundiais e dez campeonatos sul-americanos como fisio da seleção brasileira de Atletismo, além de ter trabalhado diretamente com atletas como Fabiana Murer e Maurren Maggi, bem como na recuperação de pilotos e navegadores em seis edições do Rally dos Sertões.
Ele explica que a crioterapia cria uma série de estímulos no corpo do paciente, de forma que o próprio organismo combata a lesão. “Durante a exposição a este frio intenso, o organismo começa a sentir que está ‘perdendo’ para a baixa temperatura e ainda não ‘sabe’ quanto tempo dura esta exposição”, começa.
“O organismo, então, retira toda a circulação dos membros inferiores e leva esse sangue para a parte superior do corpo, suprindo órgãos e vísceras com o objetivo de, principalmente, manter órgãos vitais como coração e pulmões a pleno funcionamento para que o corpo não entre em falência devido à temperatura extrema. O cérebro percebe esta informação e por meio da glândula pineal começa uma produção intensa de endorfina, serotonina, dopamina, estamina, adrenalina e até glóbulos vermelhos como forma de defesa e para manter o corpo aquecido”, segue Iglesias.
Ao final da exposição – não mais que três minutos – dentro da “crio-sauna”, é quando o objetivo da crioterapia começa a ser atingido, de acordo com o fisioterapeuta. “Quando o atleta sai da câmara, toda essa produção é despejada no organismo e atinge o local da contusão com a normalização da circulação sanguínea, promovendo uma lavagem metabólica no corpo do paciente e com isso, uma intensa aceleração em todo o organismo”, disse.
Segundo ele, nestes três minutos de exposição o corpo consome entre 500 e 800 calorias na tentativa de se manter aquecido. Para se estabelecer um comparativo, é a mesma aceleração calórica promovida por um atleta em uma corrida de 10 km em 50 minutos (tendo como base uma pessoa que pesa entre 70 e 80 kg).
Apesar de ter mais de 40 anos, foi nos últimos dez que a crioterapia começou a se difundir com maior intensidade entre atletas de alto rendimento. Entretanto, o procedimento serve também para pacientes com condições variadas. “O procedimento foi criado, em primeiro lugar, para tratar de reumatismo, pessoas com artrose e inflamações. Nos Estados Unidos, tem sido usado inclusive para tratar depressão química, porque o organismo passa a fazer uma produção endógena de hormônios como forma de se curar da depressão, no mínimo promovendo a diminuição ou até mesmo o encerramento do uso de medicamentos controlados”, expõe Iglesias.
NOTA AOS EDITORES: a INSPORT/XRIcovery possui uma câmara criogênica para demonstração caso seja do interesse em realizar gravação sobre o assunto. Para pedidos de gravação, pedimos a gentileza de enviar e-mail para imprensa@p1media.com.br aos cuidados de Cleber Bernuci.
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